Na primeira carta aos coríntios 15, 55, São paulo encara a morte de peito aberto: "Morte, onde está a sua vitória? Morte onde está o seu ferrão?"
O túnel é escuro. Escuro como breu. Assusta, quando não se sabe seu comprimento. Atravessa-lo torna-se relativamente fácil,quando se sabe que é apenas uma passagem.
O túnel, porém, é necessário. Poupa o esforço da viagem pela montanha. Não é a estrada mas esta passa por ele. Não é o começo nem o fim dela.Não é também o contrário da estrada.É sua passagem obrigatória . Depois dele, a estrada continua, numa outra dimensão e com novos ares.
Para atravessar o túnel, é preciso luz, muita luz. Assim mesmo, o túnel continua escuro e misterioso. Por isso, ninguém gosta de morar nele. Aliás, ele é inabitável. Apenas passa-se pelo túnel.
Todos, todos, sem exceção, passaram. os Patriarcas, os profetas, os imperadores passaram por ele. Também princesas e rainhas, nobres e cortesões, ricos e pobres, Pequenos e grandes, letrados e analfabetos...A maioria teve medo.Alguns na infância; outros, na juventude;e outros ainda na velhice. Uns, por acidente ou doença; outros porque se jogaram nele. E houve os que esperaram sua hora e foram tranquilamente.Mas todos passaram.
Só os que já passaram para o lado de lá do túnel- uma multidão impossível de ser calculada- sabem se é bom ou ruim atravessa-lo, e como as coisas acontecem por lá.
Nós, os cinco milhões que ainda estamos do lado de cá,vivemos de adivinhar esse mistério, porque ninguém sabe o que é atravessar o túnel.
O nome do túnel é morte. O nome da estrada é vida. Prepare-se. Você não sabe quando irá acontecer, mas um dia será a sua vez de atravessá-lo. se temos todos de passar por ele, porque não levá-lo a sério?Viver como quem sabe que vai morrer. Morrer como quem soube viver.
( Padre Zezinho)
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